terça-feira, 14 de junho de 2016

INCLUSÃO DIGITAL, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: HIV/AIDS. QUEBRANDO TABUS, RESGATANDO DIGNIDADES E RESPEITO

Adolescentes da FRASOL elaboram cartazes demonstrando a importância de haver conscientização da população com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis independentemente de raça, credo religioso, etnia ou opção sexual. Eles também resgatam a importância de preservar e respeitar as pessoas que são soropositivas.




O presente cartaz transmite a importância e a conscientização do cuidado contra a AIDS, independentemente da diversidade de religião, idade ou  sexualidade


Inclusão Digital e cidadania na valorização de direitos e deveres dos adolescentes da Fraternidade Solidária São Francisco de Assis, através da conscientização e formação, transformar o mundo através da conscientização com certeza é uma preciosa tarefa a ser cumprida principalmente em um mundo tecnologicamente globalizado como o nosso. E isso se resume no trabalho final da formação mediada para os adolescentes da Oficina de Tecelagem da FRASOL, intitulada " INCLUSÃO DIGITAL, E DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: ESTUDO E PESQUISA SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, HIV/AIDS".



Este cartaz impacta na questão do uso consciente e responsável do preservativo 

 O intuito da formação, é trabalhar com os adolescentes, a importância da luta contra a AIDS através da conscientização, mediante à pesquisas na internet, estudo e pesquisas com recursos audiovisuais, demonstrar de uma maneira simples mais concisa de como todos podem se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis.











O trabalho da formação também foca a questão da diversidade e a importância da união entre as pessoas para combater a AIDS, desmitificando os vários mitos que existem atrás do preconceito, conscientizando-os da valorização de cada ser humano enquanto sujeito social dotado de Direitos e valores humanos a serem formados e disseminados.





O trabalho foi coordenado pelo educador Social de Inclusão Digital Deybson Cezario,  e um dos objetivos maiores do trabalho é também quebrar o preconceito que existe com pessoas soropositivas, resgatando a dignidade e o valor enquanto ser humano de poder amar e ser livre diante ás diversidades da vida.





Em uma sociedade conceituada e dotada de tecnologias de ponta, é necessário usarmos as tecnologias ao nosso favor e principalmente a favor do próximo, como por exemplo movimentar a população através de redes sociais em uma ajuda com um animal que precisa de ajuda ou mesmo fazer uma manifestação de solidariedade para pessoas que moram na rua. Tudo isso depende muito de nossas atitudes para tentar fazer um mundo melhor através das tecnologias.












domingo, 5 de junho de 2016

FRASOL TEM DUAS RECENTES PRODUÇÕES CIENTÍFICAS

A Fraternidade São Francisco de Assis - FRASOL, teve recentemente duas produções científicas relacionadas a Inclusão Digital e a Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira.



Após 25 anos de sua fundação em 1989, a Fraternidade Solidária São Francisco de Assis, teve recentemente duas monografias relacionadas a oficina de Inclusão Digital escrita pelo educador social Deybson Eduardo Cezario, e sobre a Biblioteca escrita pela Bibliotecária e educadora social Mariane Braz Brandão. O objetivo de cada trabalho é levar o conhecimento sobre a definição de Inclusão Digital e Biblioteca, abrindo visões para a sociedade através de reflexões. Os trabalhos também abordam a importância da Inclusão Digital e da Biblioteca na FRASOL e na Sociedade da Informação. Vejam alguns trechos e o resumo de cada trabalho.

Deybson Eduardo Cezario dos Santos possui bacharelado em Biblioteconomia e Ciências da Informação e da Documentação pela Universidade de São Paulo. Atualmente é educador social de Inclusão Digital na Fraternidade Solidária São Francisco de Assis FRASOL-RP.  Deybson Eduardo realiza trabalhos socioeducativos em uma linha das tecnologias digitais com a formação social através de valores sociais, dedicando à diversidade cultural, étnica, religiosa e sexual.  



SANTOS, Deybson Eduardo Cezario dos. Olhares sobre o Profissional da Informação e a Inclusão Digital na Sociedade da Informação: estudo de caso da Oficina de Inclusão Digital da Fraternidade Solidária São Francisco de Assis. 2015. 61f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) - Curso de Biblioteconomia, Ciências da Informação e da Documentação, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.



 As Tecnologias de Informação e Comunicação têm gerado transformações em diversos âmbitos sociais e possuem o potencial de melhorar a vida dos indivíduos a partir da inclusão digital. O presente trabalho apresentou um estudo sobre a inclusão digital na Sociedade da Informação, bem como as contribuições do profissional da informação nesse processo, buscando elucidar como este pode contribuir no enfrentamento de desafios, tais como o analfabetismo digital e a má formação para o uso das tecnologias. O trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e estudo de caso da Oficina de Inclusão Digital da Fraternidade Solidária São Francisco de Assis, localizada na cidade de Ribeirão Preto - SP. O corpus do estudo constitui-se de dez planilhas desenvolvidas na oficina, relativas aos anos de 2014 e 2015, onde são registradas atividades socioeducativas para crianças e adolescentes, que tratam de temas como: Tecnologia e Sociedade, Letramento digital, Ciberbullying, valores humanos e cidadania. Por meio da revisão bibliográfica e do estudo de caso, foi possível concluir que a inclusão digital constitui um trabalho social de formação crítica e o profissional da informação pode contribuir para essa formação. Dessa forma, o estudo apresentou diferente abordagem do trabalho do profissional da informação, atuando com educador social de inclusão digital em Organizações não Governamentais (ONGs). Ressaltou-se como este profissional pode ser agente de transformações sociais no contexto que atua, lançando olhares reflexivos sobre o que realmente é e como pode ser trabalhada a Inclusão Digital no Brasil. É relevante a realização de mais estudos de programas de inclusão digital que contam com a participação de profissionais da informação, trazendo novos olhares e enriquecendo o campo de estudos da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. 

Palavras-chave: Sociedade da Informação. Inclusão Digital. Profissional da Informação. Educador social. FRASOL.


3 INCLUSÃO DIGITAL: ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO 

No final do século XX, a internet passa a predominar sobre as redes de comunicação e novos mecanismos de expansão e produção de informações surgem modificando o meio da comunicação e transformando o espaço físico em um espaço virtualizado (LÉVY, 1996). A virtualização pode ser definida como o movimento inverso da atualização. Consiste em uma passagem do atual ao virtual, em uma „elevação à potência‟ da entidade considerada. A virtualização não é uma desrealização (a transformação de uma realidade num conjunto de possíveis), mas uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado: em vez de se definir principalmente por sua atualidade de partida como resposta a uma questão particular. (LÉVY, 1996, p.17). Lévy (1996) relaciona a virtualização, consequente das tecnologias digitais, com a desterritorialização, a modificação do tempo, do espaço, do indivíduo e da informação. Quando se conecta ao mundo virtual, eles se tornam vulneráveis e não presentes no tempo real, segundo o autor. A virtualização, para Lévy (1996) é como uma mutação presente no cotidiano dos indivíduos, sendo capaz de transportá-los a outros ambientes e espaços, voltar no passado e até mesmo viajar para o futuro, no ato de se comunicar, enxergar e interagir com as pessoas por equipamentos eletrônicos. É o abstrato e o real juntos, o físico e o intangível sincronizados. Para falar sobre a Inclusão Digital (ID) na sociedade contemporânea, é preciso compreender a questão da inclusão social, na formação cidadã por meio do acesso e uso das TICs. Para isto é necessário lançarmos olhares críticos sobre a inclusão digital, como uma ferramenta de desenvolvimento social, informacional e tecnológico. “O meio digital pode ser uma ferramenta poderosa para facilitar a inclusão, pois consegue um potencial incrível de expansão do humano”. (PEREIRA, 2009, p.159). O aprendizado e a disseminação do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) podem diminuir a pobreza e o analfabetismo. Na perspectiva do domínio da TIC pelo cidadão comum, é viável a geração de novas oportunidades, fomento ás novas habilidades e à criatividade e, consequentemente, uma nova visão social o exercício da cidadania. (LEMOS, 2007, p.16). 23 Carvalho (2003) pontua que para alcançar o ensejo da inclusão digital ainda temos desafios a serem superados diante a sociedade contemporânea como, por exemplo, o de capacitar os cidadãos e prepará-los para se adequarem ao processo das tecnologias de informação. Segundo o autor considera-se desafiador pelo fato de haver grandes investimentos tecnológicos por parte do governo para a sociedade, mas infelizmente não há grandes investimentos para treinamentos de capacitação ao uso das TICs. Conseguir a inclusão digital não é um objetivo fácil de ser alcançado. Não basta o reconhecimento e o empenho (governamental, social, técnico e econômico) para encontrar soluções que viabilizem a aquisição de equipamentos e serviços à população. Com determinação política e recursos financeiros é possível disponibilizar equipamentos e serviços à população em curto espaço de tempo, porém, tais facilidades são inúteis se a população não puder fazer uso delas, por falta de treinamento, habilidade ou incapacidade física. (CARVALHO, 2003, p. 78). O mundo vivencia este processo de industrialização tecnológica, chamado de Terceira Revolução Industrial, que movimentou a economia mundial havendo consequência direta na cultura das pessoas, no modo de agir, pensar e de se comunicar. Diante deste avanço tecnológico, a sociedade passou a ser dividida entre aqueles que possuem acesso à internet e uma grande maioria que não possui, desenvolvendo assim o fenômeno da exclusão digital. Lévy (2000) discorre sobre este processo de mudança da sociedade campestre à sociedade da era digital, acentuando o crescimento exponencial de tecnologias provocado pela Revolução Industrial: Ainda em meados do século XX a grande maioria dos seres humanos era rural e entre estes rurais quase todos trabalhavam a terra e criavam animais. A revolução industrial que começou a transformar este estado de coisas surge hoje como início de um processo que conduz à revolução informacional contemporânea. (LÉVY, 2000, p. 9). Mas com o passar dos tempos, grande número de pessoas não eram incluídas neste processo do desenvolvimento industrial. O fator econômico impediu que grande número de pessoas participassem neste processo de desenvolvimento industrial, mantendo-se excluídas da Sociedade em Rede. Uma característica central da sociedade em rede é a transformação da área da comunicação incluindo media. A comunicação constitui o espaço público, ou seja, o espaço cognitivo em que as mentes das pessoas recebem informação e formam os seus pontos de vista através do processamento de sinais da sociedade no seu conjunto. (CASTTELS, 2005, p.23). 24 Devido a este processo de transformação social e tecnológica, a exclusão social e digital tornou-se predominantes, além da questão da pobreza e do analfabetismo. O Brasil, além de adentrar à Sociedade da Informação tardiamente, não possuía recursos econômicos e sociais para suprir todos os problemas do país. A grande questão reside em como lidar com a exclusão digital existente no país, como o Brasil, que conta com altos índices de pobreza e analfabetismo. É certo que a pobreza e o analfabetismo se constituem como problemas que precisam ser sanados com urgência. Mesmo assim, não há como pensar a exclusão digital em segundo plano, visto que o desenvolvimento das tecnologias se dá cada vez mais rapidamente e o abismo existente entre incluídos e excluídos tende a aumentar. (LEMOS, 2007, p.16). O objetivo da ID é possibilitar o acesso às TICs, visando a igualdade e a cidadania como um todo, promovendo o livre acesso à informação e a utilização das tecnologias, reintegrando os direitos cidadãos, formando mentes reflexivas com olhares sobre o avanço tecnológico e seu impacto social. Entretanto, sabemos que apenas a utilização das tecnologias e o acesso aos meios digitais não são o bastante, sendo necessária uma formação consciente e crítica de como utilizar a internet com responsabilidade. E como acesso não significa apenas conexão física e acesso ao hardware, ou melhor, não é o acesso à tecnologia que promoverá a inclusão, mais sim a forma como essa tecnologia vai entender as necessidades da sociedade e comunidades locais, com uma apropriação crítica, pois o papel mais importante do processo de inclusão digital deve ser a sua utilidade social. É preciso pensar na contribuição para um desenvolvimento contínuo e sustentável, com a melhoria da qualidade do padrão de vida da população, através da redução das desigualdades sociais e econômicas. (SCHWARZELMÜLLER, 2005, p. 2). É preciso que o indivíduo amadureça sua visão de modo que veja a importância da ID, relacionada à questão do “saber” utilizar corretamente as ferramentas da internet e buscar informações relevantes, de modo eficaz. Atualmente, em nosso país, a ID é considerada um programa somente relacionado à informática para as práticas profissionalizantes, entretanto os propósitos do programa de Inclusão Digital vão mais além do que a perspectiva profissional. A inclusão digital que vem sendo praticada, hoje no país, tem abordado, em sua maioria, apenas a necessidade de fazer com que o cidadão aprenda a usar as tecnologias com o objetivo de inseri-lo no mercado de trabalho. (SCHWARZELMÜLLER, 2005, p. 2). 25 Segundo Borges (2005), em 1990 começam a emergir vários movimentos sociais pela inclusão digital, sendo que na América Latina os movimentos eram mais intensos. No entanto os governos somente tomaram conhecimento da importância desta causa no ano de 2002, quando a Organização das Nações Unidas (ONU), juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apontou que o desenvolvimento social e humano não teria sentido sem a disseminação da tecnologia. Hoje no Brasil, programas de inclusão digital encontram-se mais concretos, por haver maior preocupação com o desenvolvimento cidadão e econômico da sociedade, relacionando a cidadania com o acesso à informação. A Inclusão Digital influenciou a Sociedade da Informação nos aspectos sociais, políticos e econômicos, propondo uma linha de pensamento a respeito da valorização do ser humano acompanhada pelo desenvolvimento tecnológico. Concretizando projetos para a promoção social, tornando-se uma ferramenta contra a exclusão social e digital. [...] A exclusão digital impede que se reduza a exclusão social, uma vez que as principais atividades econômicas, governamentais e boa parte da produção cultural da sociedade vão migrando para a rede, sendo praticadas e divulgadas por meio da comunicação informacional. Estar fora da rede é ficar fora dos principais fluxos da informação. Desconhecer seus procedimentos básicos é amargar a nova ignorância. (SILVEIRA, 2001, p. 18). Diante deste cenário da Sociedade da Informação e das tecnologias, o homem se desenvolveu e desenvolve, novos costumes e conhecimentos surgem abrindo horizontes para o saber, as tecnologias causam grandes mudanças em nossa sociedade, modificando o indivíduo, construindo-o para as TICs. A TIC é particularmente importante para a inclusão social das pessoas marginalizadas por outras razões. Por exemplo, as pessoas portadoras de deficiências físicas podem fazer o uso especialmente satisfatório na TIC para ajudar a superar problemas causados pela falta de mobilidade, pelas limitações físicas ou pela discriminação social. (WARSCHAUER, 2006, p. 53). Mas não será possível desenvolver as tecnologias sem o aprimoramento humano e social, democratizando o acesso à informação e reconhecendo os direitos dos cidadãos, através dos equipamentos eletrônicos. Uma sociedade justa é aquela unida pelo conhecimento e desenvolvida nos parâmetros tecnológicos e sociais. 26 Constitui-se, dessa forma, em pré-requisito indispensável para a inclusão e participação na vida pública. É inseparável da noção de igualdade sociopolítica, presente de forma restrita ou ampliada em todas as sociedades. De qualquer maneira, e em suas múltiplas dimensões, a cidadania é um meio de proteção e uma condição para o exercício dos direitos e, também, deveres. (BORGES, 2005, p.35). Portanto, a ID relaciona-se com a inclusão social, exigindo direitos e deveres dos membros da sociedade (cidadãos e governantes). Sendo objetivo principal da Inclusão Digital formar cidadãos críticos e preparados para lidar com as novas formas de comunicação, disseminação e absorção de informações. A prática da cidadania, assim como sua formação, se dá pelo acesso e uso de informações, trazendo reflexos nos âmbitos políticos, civis e sociais, permitindo a diminuição da exclusão social. Assim um esforço de inclusão digital precisa levar em conta o acesso a informações relevantes e que despertem no sujeito de aprendizagem o interesse e a percepção de que ali reside uma possibilidade de mudança de seu quadro sócio-econômico de exclusão (BORGES, 2005, p.54). Borges (2005), também destaca que o acesso à internet pode ser considerado condição importante para a inclusão social na sociedade da informação, promovendo uma cidadania igualitária e justa para todos, através do uso responsável e crítico de equipamentos tecnológicos permitindo o livre acesso à informação. Diante destes novos parâmetros sociais e tecnológicos, é necessário um profissional capacitado para atender as demandas sociais, com uma visão humanística ligada ao contexto social em que ele está inserido, para promover mudanças significativas na Sociedade da Informação promovendo acesso às TICs e aos conteúdos informacionais disponíveis nela.


Mariane Braz Brandão possui Bacharelado em Biblioteconomia e Ciências da Informação e da Documentação pela Universidade de São Paulo, atualmente faz o curso de graduação em Pedagogia pela mesma instituição de ensino. Mariane trabalha como bibliotecária e educadora social na Fraternidade Solidária São Francisco de Assis FRASOL-RP. Com trabalhos socioeducativos voltados para a reconstrução não somente da leitura mais também da dignidade e cidadania, incorporando sobre crianças e adolescentes os valores sociais e humanos necessários para conviver em paz e harmonia na sociedade.







BRANDÃO, Mariane Braz. Contribuições e Desafios na Sociedade da Informação para os profissionais que atuam em bibliotecas: estudo de caso da Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira. 2014. 93f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) - Curso de Ciências da Informação e da Documentação, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014.


Este estudo discorreu sobre os benefícios e desafios estabelecidos na Sociedade da Informação, sobretudo no trabalho dos profissionais que atuam em bibliotecas enquanto mediadores, contribuindo na formação dos usuários para a inclusão social. O acesso à informação e aos meios tecnológicos tornou-se fator preponderante para o desenvolvimento social, ao lidar com paradigmas da inclusão digital e do direito a informação, imprescindíveis para o exercício da cidadania; para tal, ressalta-se a necessidade de formação dos indivíduos para o uso consciente desses recursos, que se dá por meio do trabalho de diversos profissionais, incluindo aqueles que atuam em bibliotecas. Esta pesquisa de caráter qualitativo foi realizada por meio de revisão bibliográfica, incluindo o estudo de caso da Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira, situada na Organização Fraternidade Solidária São Francisco de Assis, na cidade de Ribeirão Preto-SP, com análise de algumas planilhas produzidas ao longo dos anos de 2013 e 2014, em que foram registradas atividades socioeducativas desenvolvidas na unidade com os temas: Formação para a vida em sociedade, Competência Informacional, Inclusão Digital e Governo Eletrônico. A elaboração e execução das planilhas são de responsabilidade do assistente de biblioteca, sob orientação da Coordenadora Pedagógica da Instituição. Apontou-se ampliação na atuação dos profissionais nas unidades de informação, para além das funções de gestão do acervo, destacando seu papel social, como agente de transformação do contexto em que atua, por meio da formação dos usuários. Concluiu-se que este perfil profissional exige continua formação, além de habilidades como criatividade, manejo das Tecnologias de Informação e Comunicação, competência informacional, dentre outras. Observou-se insuficiente conscientização por parte dos profissionais, acerca da necessidade de adaptarem-se às mudanças ocorridas, e pouca alteração em sua atuação. Entretanto, o estudo da Biblioteca Maria Antonieta demonstrou a ocorrência desta ampliação do papel dos profissionais em alguns espaços, onde, por meio de serviços diferenciados, estão contribuindo para a formação de um cidadão crítico. Para compreender o papel desses profissionais, diante dos desafios da Sociedade da Informação, é necessário maior estudo sobre sua atuação em bibliotecas especializadas na área social, para ampliação do escopo de conhecimentos sobre o tema tratado.


Palavras-chave: Sociedade da Informação. Bibliotecas. Cidadania. Mediação. Competência Informacional.



4.4. BIBLIOTECA MARIA ANTONIETA FRANCO DE SIQUEIRA: ESPECIALIZADA EM LITERATURA INFANTOJUVENIL


 A Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira é definida como biblioteca especializada em literatura infantojuvenil, cujo trabalho é voltado ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. “Existem três princípios teóricos quanto ao conceito de biblioteca especializada: os que tratam do acervo que a biblioteca possui e disponibiliza; os que falam do tipo de usuário que a frequenta; os que colocam o tipo de acervo associado ao tipo de usuário” (SALASÁRIO, 2000, p.105). Serão abordados três aspectos dessa unidade de informação: seu acervo, os usuários que atende e os serviços prestados. De acordo com relatório do Personal Home Library (PHL), software utilizado pela unidade de informação para a gestão do acervo e outros serviços, a Biblioteca Maria possui 2977 livros catalogados, sendo que desse total, 2512 são livros infantis e infantojuvenis. A configuração de seu acervo deve-se ao fato de que seu público alvo constitui-se de crianças e adolescentes matriculados na FRASOL. Além desses, os materiais também ficam à disposição dos funcionários da instituição. Além de livros, o acervo conta com revistas, jornais, CDs, DVDs, jogos, fantoches e outros materiais lúdicos para brincadeiras e dramatizações, além de um computador disponibilizado para os usuários, o qual também é utilizado em algumas atividades socioeducativas. Como proposto por Miranda (2007), os serviços prestados por bibliotecas especializadas relacionam-se aos objetivos da instituição à qual pertencem e visam atender as necessidades de um determinado grupo de usuários, por meio da mediação de informações de modo seletivo e eficaz. Na Biblioteca Maria Antonieta os serviços englobam: aquisição e desbastamento de materiais do acervo; catalogação das obras; seleção e exposição de livros voltados aos valores mensais citados anteriormente; desenvolvimento de atividades socioeducativas com as crianças e adolescentes; organização do espaço de forma a torná-lo agradável e propício ao estimulo da leitura e à socialização. 50 A biblioteca atende as crianças e adolescentes matriculadas de segunda à sexta-feira, das 08h00min às 10h50min e das 14h00min às 16h20min, desenvolvendo as atividades socioeducativas. A cada dia da semana são atendidos os usuários de um dos ciclos mencionados anteriormente; na quinta-feira a biblioteca não realiza estes atendimentos, pois o dia é reservado para as atividades de organização e processamento técnico do acervo, programação semanal das atividades. 4.4.1. Atuação do assistente na Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira O trabalho dessa unidade de informação vai além de atender a necessidade informacional que os usuários exprimem, mas pretende construir neles a competência para a busca, análise e uso das informações para garantirem seus direitos como cidadãos. Nesse ambiente a atuação do assistente de biblioteca é, principalmente, elaborar serviços (na forma de atividades socioeducativas) a partir dos materiais e conteúdos disponíveis no acervo. O profissional deve assumir papel de transformador da realidade e da consciência dos usuários, formando-os para assumir posição reflexiva e libertária, conhecendo seus direitos e atuando na sociedade de maneira cidadã (CABRAL, 1992). Nesse trabalho de formação de competência e consciência crítica, a necessidade informacional nem sempre já é conhecida pelo usuário, mas é fomentada pelo profissional, que entende que o suprimento dessa necessidade permite que o sujeito se constitua na sociedade e usufrua dos direitos que lhe são assegurados por lei, e neste caso, destacam-se aqueles reservados à criança e ao adolescente. Trata-se de um serviço que busca mobilizar as informações de forma a atender as necessidades provenientes da realidade dos usuários. É o que Le Coadic (1996), nomeou de “necessidade derivada”, ou seja, a busca de informações visa o atendimento de determinada demanda. Esta se desdobra em dois enfoques; a “necessidade de informação em função do conhecimento” e a “necessidade de informação em função da ação”: a primeira se caracteriza pela busca em função do desejo de adquirir mais conhecimento; a segunda está ligada a algo mais prático e objetivo, relacionado à vida pessoal ou profissional do sujeito. O trabalho da biblioteca tem como objetivo atender ambas as formas de necessidade; aumentar a bagagem de conhecimento das crianças, incentivando o prazer pela leitura e aprendizagem; além disso, visa disponibilizar informações que auxiliem os usuários em seu 51 cotidiano, por exemplo, conteúdos relacionados à saúde, bem estar, higiene, valores, dentre outros. As crianças e adolescentes que frequentam esta unidade de informação apresentam dificuldades na leitura e interpretação de textos, demandando da unidade e dos profissionais dinâmicas e atividades lúdicas (dramatização, exibição de filmes, rodas de conversa, etc.) que estimulem a criatividade e possam suprir essa carência. E outras atividades que estimulem a reflexão sobre importantes temas para sua formação social. Dessa forma, o trabalho nessa biblioteca está intimamente ligado ao contexto social dos usuários (que apresenta casos de vulnerabilidade social, perda de vínculo com a família e a comunidade ou e violação de direitos). E o papel da biblioteca, e consequentemente, do profissional que atua nela, é conhecer tal realidade e propor intervenções através de atividades na biblioteca que se comprometam a dar ferramentas para que atuem em sua realidade social, levando em consideração também, os anseios e habilidades das crianças, de movo a incentivá- las a participar e a aprender: No trabalho socioeducativo o interesse das crianças, adolescentes e jovens é o guia para o planejamento das atividades e o agente educador usa os seus saberes e autoridade para criar situações que garantam aos educandos expressar interesses e sentimentos por meio de diversas linguagens, fazendo das questões comunitárias temas para a aprendizagem (SÃO PAULO, 2007a, p.11). Conclui-se que, o profissional que trabalha na biblioteca Maria Antonietta é também um educador social, atuando em uma biblioteca especializada possui peculiaridades que o diferencia daqueles que trabalham em outros tipos de unidades de informação (TARAPANOFF; SANTIAGO; CORRÊA, 1988). O profissional que atua nessa unidade de informação atende um grupo definido de crianças e adolescentes, com os quais convive diariamente; longe de assumir um perfil neutro, este profissional não é apenas um provedor de informação, mas seleciona quais informações devem ser disponibilizadas e cria condições de mediação, mobilizando todo o material do acervo para criar oportunidades de formação socioeducativa e incentivo à leitura. Tais condições demonstram como, na Sociedade da Informação, as bibliotecas ganham novas configurações, com serviços diferenciados; o que exige formação mais ampla e complexa dos profissionais que atuam nesses ambientes, lidando com as novas possibilidades e desafios propostos pela revolução tecnológica. Com o objetivo de embasar o estudo da biblioteca Maria Antonieta, será feita a seguir a exposição e discussão de algumas planilhas de atividades desenvolvidas pelo 52 responsável na unidade de informação. A escolha das planilhas a serem apresentadas foi embasada no objetivo de demonstrar ações no sentido de educar os usuários para lidar com informação, seja no meio tecnológico ou não, além de formá-los para a vida em sociedade, através dos recursos disponíveis na biblioteca. Inicialmente será apresentada a estrutura das planilhas e a descrição dos campos presentes nelas; em seguida descritos os temas trabalhados e posteriormente serão apresentadas as planilhas com considerações relativas a cada atividade. 





quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A falta de cultura digital na sala de aula

Por Pier Cesare Rivoltella
O Brasil ainda engatinha quando se fala em inclusão digital nas escolas públicas. Até o ano passado, das 143 mil instituições de Ensino Fundamental do país, cerca de 17 mil contavam com laboratórios de informática, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Porém cresce nas faculdades de Educação a preocupação em formar profissionais preparados para lidar teoricamente com a linguagem das novas mídias e seu significado nas salas de aula. É para apoiar projetos como esse que o filósofo italiano Pier Cesare Rivoltella - , especialista em Mídia e Educação da Universidade Católica de Milão, na Itália, visita o Brasil com freqüência. Ele orienta pesquisas sobre a relação entre jovens e internet do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também dá aulas sobre Mídia e Educação, e acompanha pesquisas de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina.

Para Rivoltella, os meios de comunicação dão impulso à inovação do ensino. "É a troca da abordagem tradicional - baseada na fala do professor à frente da sala de aula - pelo uso de mídias que favoreçam o trabalho em grupo mais ativo, dinâmico e criativo em todas as disciplinas." O especialista, que também forma docentes da rede pública italiana, ainda sente uma certa resistência cultural quando se fala em tecnologia na sala de aula. "Os professores não são formados para lidar com elas", afirma. No Brasil, o cenário não é muito diferente. "As experiências, geralmente, são voltadas para o conhecimento técnico dos meios de comunicação, não o crítico."

Como os jovens se relacionam com as novas tecnologias?Pier Cesare Rivoltella Uma das maiores características desse público é o que chamamos de uma disposição multitarefa. Ele responde às mensagens do celular, ouve música no iPod, vê TV e fala com os amigos no Messenger - tudo ao mesmo tempo. Da mesma forma, ele sabe que acessar a internet pelo computador de casa ou pelo telefone celular é muito diferente. O computador, geralmente, é de toda a família e fica na sala. O celular é pessoal. Além disso, o jovem de hoje reconhece as especificidades de cada tecnologia e se adapta a elas. Ele pode sair pela cidade enquanto olha a tela do celular - o que é impossível na frente da tela de um computador. Fazer tudo isso simultaneamente é uma característica típica das novas gerações. Por um lado, isso lhes confere uma elaboração cognitiva muito rápida. Por outro, acaba deixando-os na superficialidade, pois não dá tempo de se aprofundar nos assuntos.

Como as escolas se relacionam com esses jovens?Rivoltella Mal, muito mal. Hoje, as novas gerações estão completamente ligadas à tecnologia e aos meios de comunicação. Elas fazem parte de uma cidade que não é só real mas também digital. E nesse espaço você não é brasileiro nem italiano. Os jovens de hoje são criados numa sociedade digital. Por isso, educar para os meios de comunicação é educar para a cidadania. Daí vem a urgência de a escola se integrar a essa realidade.

O que significa dizer que a mídia deve fazer parte do cotidiano da escola?Rivoltella Que ela deve permear os processos de ensino e aprendizagem, como acontece com a escrita. O papel do professor que usa a tecnologia é parecido com o do diretor de um filme. Trata-se de um professor-diretor, que não se limita a falar, mas passa a direcionar o uso dos meios de comunicação pelos alunos.

Qual a melhor forma de levar o tema mídia para a sala de aula?
Rivoltella
 Como um tema transversal. Alguns pesquisadores defendem a criação de uma disciplina específica, mas já está provado que isso não funciona. Se apenas um professor responde pelo conhecimento da tecnologia e da mídia (como ocorre em muitas escolas que têm salas de informática), os outros tendem a se desinteressar pelo assunto. E, para ser eficaz, esse trabalho precisa ser feito em equipe. O professor de Língua Portuguesa trabalha com a análise do texto e o uso da linguagem na mídia. O de Arte, com a dimensão expressiva dos meios. O de Tecnologia, com as ferramentas. O de Matemática, com a representação da disciplina nos diferentes meios de comunicação. E assim por diante.

O professor que não fizer isso vai ficar para trás?Rivoltella Sim, já está ficando. E digo isso porque ele não compartilha com os alunos a mesma cultura, o que gera um abismo entre eles. A pior conseqüência disso é não conseguir estabelecer um diálogo educativo. Aqui, na Europa, é comum o professor ver os meios de comunicação como uma cultura popular e de baixo nível, em oposição aos livros, que são a alta cultura. No Brasil, me parece, a questão é outra: muitos educadores não têm sequer acesso a elas. Nesse caso, a situação é ainda pior.

Como os professores se relacionam com as novas mídias?Rivoltella Uma pesquisa que fizemos em 2006 revelou que 18% dos professores italianos só usam a internet para fazer pesquisas. Eles também não debatem com os alunos os problemas culturais ligados às novas tecnologias - ou porque não entendem que isso interessa a eles, ou porque não se consideram preparados para isso. Na escola, a tecnologia ainda é vista como um perigo, não como uma aliada.

O que o professor precisa para explorar as tecnologias em sala de aula?Rivoltella Precisa saber fazer análises críticas e organizar atividades de produção usando essas tecnologias (e também os meios de comunicação). Os computadores e celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recepção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer vídeos com um celular e publicá-los na internet. Qualquer um pode editar e produzir conteúdo. Há cinco anos, éramos apenas consumidores de conteúdos prontos. Da mesma forma, é importante o professor organizar palestras e oficinas de produção multimídia, conhecer as linguagens da mídia, saber utilizar uma câmera e dominar a dinâmica dos textos na internet, com seus links para outros textos. Na Itália, trabalhos como esse são feitos nas disciplinas de Arte e Língua Italiana no Ensino Fundamental.

Os cursos de graduação em Pedagogia têm a preocupação de preparar os professores para lidar com as novas tecnologias?Rivoltella Na Itália, ainda não temos um curso de graduação que forme mídia-educadores - isso só existe em nível de mestrado e doutorado. No Brasil, essa preocupação parece ser maior. Na faculdade de Educação da PUC de São Paulo, há estudos sobre o tema desde meados dos anos 1990. O mesmo ocorre na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A PUC do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Santa Catarina também têm disciplinas de Mídia e Educação nos cursos de graduação em Educação. E acompanho projetos como orientador do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia da PUC carioca.

O que um curso desse tipo deve oferecer aos futuros professores?Rivoltella Em primeiro lugar, é essencial definir objetivos e metodologias para uma formação que abranja todos os meios de comunicação. Isso permite que o professor, quando passar a dar aula, saiba em que momento deve usar cada mídia com os alunos, o que facilita muito seu planejamento. Ele também precisa conhecer teorias da comunicação e da recepção e metodologias de pesquisa, como técnicas de entrevistas. E, finalmente, o curso deve ensinar a avaliar. Em mídia-educação, provas objetivas não permitem a mensuração do que o aluno vê numa imagem. É preciso observá-lo vendo TV. Analisar o comportamento no contexto real em que ele lida com a mídia ajuda o professor a perceber comportamentos reais e a propor debates e discussões.

Ao mesmo tempo, o senhor defende a criação de um novo tipo de profissional, o mídia-educador. Qual o papel dele?
Rivoltella
 Ele é um especialista no tema. Tem competências nas áreas de Comunicação e Pedagogia e, na escola, ajuda a formar os professores das outras disciplinas e atua em conjunto com eles no aprofundamento do trabalho educativo com os meios de comunicação. Na Europa, os mídia-educadores vêm da Comunicação e da Pedagogia - ou se formam em cursos como o de Mídia e Educação, que dirijo desde 1999. Eles já atuam em algumas escolas públicas italianas, embora o Ministério da Educação não tenha posição oficial sobre a questão. Muitos são consultores de escolas, sobretudo nas que têm autonomia financeira.

Muitos defendem que esse mídia-educador ajude a aprimorar a programação infanto-juvenil.Rivoltella Eu estou entre eles. O mídia-educador é o profissional que tem competências pedagógicas para preservar os valores e a ética necessários na produção audiovisual direcionada ao público infanto-juvenil. Há tentativas de inserir o mídia-educador nos canais de TV italianos, mas as empresas ainda estão completamente voltadas a interesses econômicos.

No Brasil, ainda há muita resistência ao uso da tecnologia na escola.Rivoltella Isso é muito ruim porque o Brasil fica para trás nessa questão que é crucial. Na Europa, ela já foi amplamente superada, pelo menos no que diz respeito a computadores. O que falta é formar professores que dominem as relações entre mídia e Educação. Hoje, o que existe é uma competência instrumental, o mínimo necessário para desenvolver um pensamento crítico sobre a internet, por exemplo.

Como atuar numa escola sem TV, DVD, computador?
Rivoltella É possível desenvolver bons trabalhos usando meios como a escrita e a fotografia. Até as rádios comunitárias, que são muito comuns no Brasil, podem ser bem aproveitadas em sala de aula.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

O QUE SIGNIFICA CIBERESPAÇO


Esse termo foi criado em 1984 pelo escritor norte-americano Wiliam Gibson no seu livro de ficção científica Neuromance e depois empregado em larga escala pelos criadores e usuários das redes digitais. Para Gibson, o termo designa todo o conjunto de rede de computadores nas quais circulam todo tipo de informação. É o espaço não físico constituído pelas redes digitais. Conforme assinala Lemos, esse conjunto das redes digitais, na obra de Gibson , é povoado pelas mais diferentes tribos. É uma "alucinação consensual", novo espaço gerador da civilização pós-industrial onde os cibernautas vão penetrar.

Para Lévi, o ciberespaço de Gibson tornou a "geografia móvel da informação", normalmente invisível, em algo sensível e como resultado o termo foi logo adotado pelos desenvolvedores e usuários das redes digitais. Mas Lévi tece o seu próprio conceito e passa a chamar o ciberespaço de "rede". O novo espaço de comunicação proporcionado pela interconexão mundial de computadores e das memórias dos computadores. Incluindo aí todos os sistemas de comunicação eletrônica que transmitem informações oriundas de fontes digitais ou que sejam destinadas à digitalização. Lévi insiste no aspecto da codificação digital, pois esta condicionaria "o caráter plástico, fluido, calculável com precisão e tratável em tempo real, hipertextual, interativo e, resumindo, virtual da informação" (1999, p. 92). Este último - virtual - ao seu ver, é a característica essencial do ciberespaço. Na introdução da obra Cibercultura, o filósofo francês apresenta um conceito sucinto e claro do ciberespaço:
[...] É o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo (LÉVI, 1999. p. 17).
Como afirma Lévi, o ciberespaço é "o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial de computadores". A partir disso, seria possível identificar a Internet como sendo esse novo meio e concluir que são a mesma coisa. Entretanto, também para Lévi (1999, p. 32), existe uma diferença fundamental a ser considerada. "As tecnologias digitais surgiram, então, como a infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo mercado de informação e do conhecimento." Assim, a Internet pode ser vista como parte dessas tecnologias digitais, ou como a infraestrutura de comunicação que sustentao ciberespaço, sobre as quais se montam diversos ambientes, como a Web, os fóruns, os chats, e o correio eletrônico, para ficar apenas com os exemplos mais comuns e disseminados. Em suma, o ciberespaço é o ambiente e a Internet uma das infraestruturas.


Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/o-que-e-ciberespaco/22537/#ixzz3Y7hbP1ul

terça-feira, 7 de abril de 2015

O QUE SIGNIFICA A MODERNIDADE LÍQUIDA SEGUNDO ZYGMUNT BAUMAN





Para Bauman, não há uma pós-modernidade, há uma continuação da modernidade com pontos diferentes. Aqui, o autor tem uma certa afinidade com Manuel Castells, que, ao falar da sociedade informacional, afirma que a sociedade industrial (no sentido de ter como base de produção as indústrias), ainda existe, mas com lógica diferente. Não se trata de uma ruptura de época, mas de uma transformação dentro de uma estrutura, digamos, contínua. O mesmo aconteceria na sociedade líquida.


A biografia de Zygmunt Bauman


JULHO 22, 2013 POR VINICIUS

Zygmunt Bauman é um sociólogo polonês nascido em 1925 que tem como ideia mais popular o conceito de modernidade líquida. Fugiu de seu país de origem em 1939, foi para a Rússia durante toda a Segunda Guerra Mundial, após retornar à Polônia se filiou ao Partido Comunista e estudou na Universidade de Varsóvia.

Universidade esta em que ele chegou a ser professor, teve artigos proibidos e, após o retorno forte do antissemitismo, acabou sendo expulso de seu cargo e, anos mais tarde, comandou o departamento de sociologia da Universidade de Leeds. É um autor de trabalho extenso, mas que aumentou substancialmente sua produção após a aposentadoria, em 1990. De lá pra cá, tem se dedicado ao tema da modernidade líquida e seus desdobramentos.

Veja também: Zygmunt Bauman, uma biografia.


Modernidade líquida: Bauman nos ajuda a saber o que é esta coisa

 Em resumidíssimas palavras, modernidade líquida é a época atual em que vivemos. É o conjunto de relações e instituições, além de sua lógica de operações, que se impõe e que dão base para a contemporaneidade. É uma época de liquidez, de fluidez, de volatilidade, de incerteza e insegurança. É nesta época que toda a fixidez e todos os referenciais morais da época anterior, denominada pelo autor como modernidade sólida, são retiradas de palco para dar espaço à lógica do agora, do consumo, do gozo e da artificialidade.

É nesta época que as relações de trabalho cada vez mais se desgastam e que a própria esfera do trabalho, cada vez mais vira um campo fluido desregulamentado. Então empregos temporários, meia jornada, empregos em que as relações de empregado-empregador são constituídas somente pelos dois, se tornam situações fáceis e consideradas legítimas de se observar. Nisto, emerge a figura do desempregado crônico.

Nas relações pessoais, as conexões predominam. Conexão é o termo que Zygmunt Bauman usa para descrever as relações frágeis. A grande sacada desta palavra envolve a noção de que, em uma conexão, a vantagem não está só em ter várias conexões, mas, principalmente em conseguir desconectar sem grandes perdas ou custos. A relação frágil tem como pressuposto a transformação dos humanos em mercadorias que podem ser consumidas e jogadas no lixo a qualquer momento – a qualquer momento eles (os humanos) podem ser excluídos. Ela é frágil porque o sujeito líquido lida com um mundo de consumo e opções, mas nunca objetivo e frio. O sujeito líquido não tem mais referenciais de ação: toda a autoridade de referência é coloca em si e é sua responsabilidade construir ou escolher normas a serem seguidas – tudo se passa como se tudo fosse uma questão de escolher a melhor opção, com melhores vantagens e, de preferência, nenhuma desvantagem.

Isso tudo é coberto por uma mentalidade que, não só valida as instituições e as normas, mas também dá base para a vida dos sujeitos: os imperativos de consumo são inscritos naquilo que há de mais fundamental na constituição do sujeito líquido. Até mesmo no sexo.

Na modernidade líquida, o sexo é uma força de atomização, não de união. As conexões sexuais fortalecem a noção indivíduo isolado porque é parte da acumulação de sensações que sujeito pós-moderna foi construído para buscar. O sexo é sempre a satisfação instintual sem qualquer responsabilidade ou ligação com o outro.

Mas não só o sexo, como a noção da sexualidade nas crianças foi modificada: atualmente, a expressão da sexualidade na criança é tida como produto do abuso de adultos – os adultos as abusam e as crianças refletem isso ao começarem a mexer nos próprios órgãos genitais. Essa nova significação da sexualidade infantil é o oposto da sexualidade, digamos, “sólida”: nela, a sexualidade era parte do instinto incontrolável que deveria ser vigiado constantemente pelos pais. A criança passou de sujeito sexual a objeto sexual.

Se os pais, quando próximos, podem ser considerados como abusadores (em todos os sentidos), então a atitude mais correta é se afastar, logo, o filho cresce sem a relação íntima e profunda (e vigilante, autoritária) que era sempre construída na modernidade sólida.



Modernidade Líquida É Pós-Modernidade?



Não! Este é um ponto importante: o conceito de modernidade líquida, fruto da análise de Bauman, não é um conceito análogo ao de pós-modernidade. Na verdade, é um conceito crítico.

Para Bauman, não há uma pós-modernidade, há uma continuação da modernidade com pontos diferentes. Aqui, o autor tem uma certa afinidade com Manuel Castells, que, ao falar da sociedade informacional, afirma que a sociedade industrial (no sentido de ter como base de produção as indústrias), ainda existe, mas com lógica diferente. Não se trata de uma ruptura de época, mas de uma transformação dentro de uma estrutura, digamos, contínua. O mesmo aconteceria na sociedade líquida.

Apesar de ser confundido erroneamente como pós-modernista (e por isso que tem colocado o termo “modernidade líquida” em seus livros recentes), sua obra é, como já dito, completamente crítica àquilo que chama de pós-modernidade. O autor chega ao ponto de ser rígido com isso, afirmando:

Uma das razões pelas quais passei a falar em “modernidade líquida” em vez de “pós-modernidade” (meus trabalhos mais recentes evitam esse termo) é que fiquei cansado de tentar esclarecer uma confusão semântica que não distingue sociologia pós-moderna de sociologia da pós-modernidade, entre “pós-modernismo” e “pós-modernidade”. No meu vocabulário, “pós-modernidade” significa uma sociedade (ou, se se prefere, um tipo de condição humana), enquanto que “pós-modernismo” se refere a uma visão de mundo que pode surgir, mas não necessariamente, da condição pós-moderna.

Procurei sempre enfatizar que, do mesmo modo que ser um ornitólogo não significa ser um pássaro, ser um sociólogo da pós-modernidade não significa ser um pós-modernista, o que definitivamente não sou. Ser um pós-modernista significa ter uma ideologia, uma percepção do mundo, uma determinada hierarquia de valores que, entre outras coisas, descarta a idéia de um tipo de regulamentação normativa da comunidade humana e assume que todos os tipos de vida humana se equivalem, que todas as sociedades são igualmente boas ou más; enfim, uma ideologia que se recusa a fazer julgamentos e a debater seriamente questões relativas a modos de vida viciosos e virtuosos, pois, no limite, acredita que não há nada a ser debatido. Isso é pós-modernismo.

A pós-modernidade, portanto, é uma fatia no tempo e no espaço, mas é uma fatia que nem mesmo pode ser chamado de “pós”, pois não há superação de nada, o que há é uma sequência contínua de modernidade sólida para modernidade líquida, com algumas características diferentes, mas ainda com o núcleo capitalista intocável. Essa mudança seria muito bem adaptável ao capitalismo (ou o capitalismo seria muito bem adaptável a essa mudança), mas dessa vez, ele se torna muito mais voraz que em épocas anteriores.

Veja abaixo uma parte da entrevista de Bauman para o Fronteiras do Pensamento, em que ele foca no conceito de modernidade líquida.


O que é “liquidez” em Bauman?


 “O líquido é mais do que frágil. A relação líquida não é uma escolha entre ambas as partes que, coincidentemente, é uma escolha pela dificuldade em firmar laços profundos. É uma relação que emerge em um conjunto de instituições, regras, lutas e sistemas simbólico, político e econômico definidos em uma estrutura social particular”.












quinta-feira, 2 de abril de 2015

Educador nota 10 da FRASOL



 Mariane Braz Brandão, fala sobre sua conclusão de sua monografia de TCC, cujo o tema retrata um estudo de caso da biblioteca Maria Antonieta Franco Siqueira da FRASOL.


Recentemente a educadora Mariane Braz Brandão ( Mari ), pertecente à Biblioteca Maria Antonieta Franco Siqueira da Frasol. defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), abordando a questão do profissional Bibliotecário e sua definição e competência informacional diante a um mundo completamente globalizado, ao que chamamos de Sociedade da Informação (SI). 

"Contribuições e Desafios na Sociedade da Informação para os Profissionais que Atuam em Bibliotecas: Estudo de Caso da Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira". Este é o título do trabalho, e quem tiver interesse em saber mais sobre a monografia pode entrar em contato com a Mariane pelo e-mail marianebbrandao@yahoo.com.br

O que me motivou a escrever este trabalhou foi a necessidade de entender o que é a chamada Sociedade da Informação e como o profissional da informação se posiciona nela; quais desafios e contribuições a revolução tecnológica traz para os profissionais que atuam nas bibliotecas? De que maneira a Sociedade da Informação condiciona e amplia o trabalho desses profissionais? Diante de tais questões e através do estudo de caso da Biblioteca Maria Antonieta Franco de Siqueira, busquei discutir a importância desse profissional no século XXI e como sua atuação pode ser contundente na formação de cidadãos críticos, preparados para atuar na sociedade contemporânea. Através da mediação da informação o bibliotecário pode contribuir com o desenvolvimento do indivíduo e consequentemente da sociedade. Diz Mariane feliz por ter concluído mais um trabalho que com certeza irá colaborar muito para a Ciência da Informação e Biblioteconomia.

Mariane trabalha na instituição há  cinco anos, dedica-se integralmente ás crianças no incentivo a leitura, e realiza vários projetos na biblioteca para o despertar da leitura em uma sociedade que enfrenta dificuldades com relação a alfabetização.




quarta-feira, 1 de abril de 2015

A EMERGÊNCIA DO CYBERSPACE E AS MUTAÇÕES CULTURAIS SEGUNDO PIERRE LÉVY





É um novo espaço de interação humana que já tem uma importância enorme sobretudo no plano econômico e científico e, certamente, essa importância vai ampliar-se e vai estender-se a vários outros campos, como por exemplo na Pedagogia, Estética, Arte e Política.



O que seria o espaço cibernético? O espaço cibernético é um terreno onde está funcionando a humanidade, hoje. É um novo espaço de interação humana que já tem uma importância enorme sobretudo no plano econômico e científico e, certamente, essa importância vai ampliar-se e vai estender-se a vários outros campos, como por exemplo na Pedagogia, Estética, Arte e Política. O espaço cibernético é a instauração de uma rede de todas as memórias informatizadas e de todos os computadores. Atualmente, temos cada vez mais conservados, sob forma numérica e registrados na memória do computador, textos, imagens e músicas produzidos por computador. Então, a esfera da comunicação e da informação está se transformando numa esfera informatizada. O interesse é pensar qual o significado cultural disso. Com o espaço cibernético temos uma ferramenta de comunicação muito diferente da mídia clássica, porque é nesse espaço que todas as mensagens se tornam interativas, ganham uma plasticidade e têm uma possibilidade de metamorfose imediata. E aí, a partir do momento que se tem o acesso a isso, cada pessoa pode se tornar uma emissora, o que obviamente não é o caso de uma mídia como a imprensa ou a televisão. Então, daria para a gente fazer uma tipologia rápida dos dispositivos de comunicação onde há um tipo em que não há interatividade porque tem um centro emissor e uma multiplicidade de receptores. Esse primeiro dispositivo chama-se Um e Todo.


Uma outra versão é o tipo Um e Um, que não tem uma emergência do coletivo da comunicação, como é o caso do telefone. O espaço cibernético introduz o terceiro tipo, com um novo tipo de interação que a gente poderia chamar de Todos e Todos, que é a emergência de uma inteligência coletiva. Do interior do espaço cibernético encontramos uma variedade de ferramentas, de dispositivos, de tecnologias intelectuais. Por exemplo, um aspecto que se desenvolve cada vez mais, nesse momento, é a inteligência artificial. Há também os hipertextos, os multimídia interativos, simulações, mundos virtuais, dispositivos de tele-presença. É preciso não esquecer, por outro lado, que a própria mídia hoje está numa hibridação com o espaço cibernético, onde ela se vê obrigada a se abrir para isto... Mas, o que há de comum entre todas essas tecnologias, entre todas essas formas de mensagens? O que implica uma mensagem numerada e os outros tipos de mensagens? Uma mensagem numeralizada se caracteriza pelo fato de que se pode controlar essa estrutura de perto e de maneira muito fina. Então, os bits da informática são como gens na genética, isto é, a microestrutura. Fazem parte de um conjunto de tecnologia e vão em direção a um controle molecular de seu objeto, o que dá uma fluidez a todas essas mensagens e lhes dá também a possibilidade de uma circulação muito rápida. O que há em comum em todas as bases nos bancos de dados do espaço cibernético? Não são as mensagens fixas, mas um potencial de mensagens e que, dependendo de quem vai utilizá-los, vai para uma direção ou outra. O que acontece é que, com isso, se recupera a possibilidade de ligação com um contexto que tinha desaparecido com a escrita e com todos os suportes estáticos de formação. É possível através disso reencontrar uma comunicação viva da oralidade, só que, evidentemente, de uma maneira infinitamente mais ampliada e complexificada. Por exemplo, é isto que observamos com o que acontece, hoje, com o hipertexto ou multimídia interativa. O importante é que a informação esteja sob forma de rede e não tanto a mensagem porque esta já existia numa enciclopédia ou dicionário.   


Portanto, a verdadeira mutação se passa noutros aspectos. Em primeiro lugar, não é mais o leitor que vai se deslocar diante do texto, mas é o texto que, como um caleidoscópio, vai se dobrar e se desdobrar diferentemente diante de cada leitor. O segundo ponto é que tanto a escrita como a leitura vão mudar o seu papel, porque o próprio leitor vai participar da mensagem na medida em que ele não vai estar apenas ligado a um aspecto. O leitor passa a participar da própria redação do texto à medida que ele não está mais na posição passiva diante de um texto estático, uma vez que ele tem diante de si não uma mensagem estática, mas um potencial de mensagem. Então, o espaço cibernético introduz a idéia de que toda leitura é uma escrita em potencial. O terceiro ponto que, sem dúvida, é o mais importante, é que estamos assistindo uma desterritorialização dos textos, das mensagens, enfim, de tudo o que é documento: tanto o texto como mensagem se tornam uma matéria.     


Assim como se diz “tem areia”, “tem água” se diz “tem textos”, “tem mensagens” pois eles se tornam matérias como se fossem fluxos justamente porque o suporte deles não é fixo, porque no seio do espaço cibernético qualquer elemento tem a possibilidade de interação com qualquer outro elemento presente. Então, isso não é uma utopia daqueles que experimentaram, conhecem e participam da Internet. É como se todos os textos fizessem parte de um texto, só que é o hipertexto, um autor coletivo e que está em transformação permanente. É como se todas as músicas passassem a fazer parte de uma mesma polifonia virtual e potencial, como se todas as músicas fizessem parte de uma só música, também ela virtual e potencial. Acredito que o texto não vai absolutamente desaparecer com a informatização. O que vai desaparecer é a noção de página, porque na etimologia a página se refere a um campo e um campo com proprietário, com fronteiras delimitadas . Esta página com o campo circunscrito está desaparecendo uma vez que os elementos que a compõem navegam nos fluxos.     


O espaço cibernético envolve, portanto, dois fenômenos que estão acontecendo ao mesmo tempo: a numerizaqção que implica essa plasticidade de potencial de todas as mensagens seria o primeiro aspecto e o fato de que as mensagens potenciais são postas em rede e fluxo é o segundo fenômeno.     


Desta forma, o espaço cibernético está se tornando um lugar essencial, um futuro próximo de comunicação humana e de pensamento humano. O que isso vai se tornar em termos culturais e políticos permanece completamente em aberto, mas, com certeza, dá para ver que isso vai ter implicações muito importantes no campo da educação, do trabalho, da vida política, das questões dos direitos, como por exemplo, no direito de propriedade. Hoje não se pode ter um projeto técnico se você não tiver uma visão cultural organizadora desse projeto, assim como não se pode ter um projeto cultural sem incluir a técnica. Por isto, é difícil estar distinguindo essas dimensões sociais, culturais e técnicas.     


livros de Pierry Lévy ;